Leia-me antes de passar à diante. =D

--> --> --> Caro leitor, este blog existe desde 2007 e tem muitos textos de diferentes etapas da minha vida. Muitos tem um fundo meio melancólico mas não os quis apagar. Aproveite e dê a sua opinião ao fim. Obrigado pela visita. (o autor) <-- <-- <--


quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A Marca

    Eu já tentei pensar que nossas almas não são gêmeas. Já tentei separar os fragmentos da nossa genuína paixão. Já busquei milhões de motivos pra esquecer nosso amor e já não acho que sua falta é um sinônimo de solidão. Aquilo que foi vivido, marcado está no meu peito de um jeito jamais compreendido por mim.  Seus olhos ternos não mais parearam com os meus, em meus dias nublados ou claros, em minhas fases de cristão ou ateu. Suas palavras doces não mais adentram meus ouvidos nos momentos felizes ou aflitos. Posso enumerar milhões de coisas que já “não são”. O difícil é deixar de pensar naquilo que realmente quer meu coração.
    És como um padrão, uma comparação que faço a cada possibilidade que a mim se apresenta, e que de tudo invento para não me deixar levar. Sua voz ainda ressoa em meus ouvidos hoje muito mais vividos, atraídos pelo seu ritmo, seu tom. A princesa, que é hora do mistério hora do império que em meus sonhos construí, que dança valsa com músicas natalinas em meio as pessoas e a chuva fria cujo vento balança, embala minha paixão. Escrevemos coisas um para o outro tentando romper a distancia e desvencilharmo-nos da lembrança que outrora aumentava a esperança de um final feliz. Mas já não é uma questão de felicidade. Sim, sou feliz mesmo sem a sua companhia. Contudo é algo incompleto que deveria ser preenchido por suas substitutas, mas não foi. Meus textos que não falam de você ou foram inspirados nas nossas lembranças ou falam do quanto “outras” tentam, sem sucesso, superar a nossa paixão.
    Não gosto de escrever sobre amor, mas o que escrever quando o pensamento nos leva ao encontro de um objetivo tão imaterial e profundo quanto este? Perguntas surgem e o mistério do por que ainda penso em pessoas que há muito se foram somente cresce. Sim, tu és minha estrela, derradeira e estrangeira, cuja luz inebria a lua que reflete seu luminar. Pensar em você é como um mau-hábito que não consigo me livrar. Prefiro escrever cartas, anônimas ou com pseudônimos, afim de que um dia as possa entregar.
    É... Você chegou para preencher um vazio que há muito existia e se foi deixando um vácuo maior ainda, pois levou consigo partes de mim. Hoje há outras pessoas presentes em sua vida enquanto a minha se ocupa com inúmeras tentativas de encontrar uma cópia, algum genérico seu.  Meu orgulho não me permite sonhar com um encontro, pois nem ao menos sei se ainda sente o mesmo que eu. Sempre pensei que seus sentimentos eram maiores e mais profundos dos que habitavam meu peito juvenil. Contudo a compreensão, ou loucura, que a vida madura me trás faz o elo que deveria quebrar-se aumentar mais. Talvez o meu sentimento seja o mais enraizado ou mais desajustado. Talvez o meu eu nem exista mais e esta lembrança que tenho de ti seja uma ilusão em meio ao deserto denominado realidade. Sim eu te amo. Não sei até quando vai durar. Sei apenas que a marca, incontestável, que este amor causou jamais desaparecerá.