Leia-me antes de passar à diante. =D

--> --> --> Caro leitor, este blog existe desde 2007 e tem muitos textos de diferentes etapas da minha vida. Muitos tem um fundo meio melancólico mas não os quis apagar. Aproveite e dê a sua opinião ao fim. Obrigado pela visita. (o autor) <-- <-- <--


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Analisando - Texto para monólogo

Mulher é realmente um bicho estranho. Sempre ouço o mesmo discurso:
- Eu quero um homem sensível, que me compreenda, que goste de mim do jeito que eu sou, que repare quando eu corto o cabelo... blá, blá, blá.
Quando elas encontram um cara assim o discurso muda:
-Esse meu namorado é meio estranho sabe. Não sei... Ele me dá dicas quando minha roupa não combina com a ocasião. Imagina... Sabe aquele meu tubinho vermelho super sexy? Ele disse que não ficou legal no batizado da sobrinha dele. Quando eu quis tranzar com ele, advinha o que eu ouvi? Eu te amo. Aquele pateta é um carente, desprovido de pegada... Sabe aquela coisa de novela, romanticozinho... Docinho... earrrr! Muito sem sal! Eu gosto é de pegada. Preciso de um homem de verdade! De sensível basta eu.
Quando se passa um mês ela volta ao meu consultório toda triste se remoendo pelos seus erros...
-Eu sou uma burra! Quando dizem que loiras são burras estão falando a verdade. Eu troquei os carinhos, a atenção, o amor do João Augusto  por que eu agi por impulso. Quando eu vi o Max saindo daquela piscina do Hotel, com aquela cara de galã mexicano, caliente, indecente, com aquela sunga G totalmente apertada... Eu perdi os sentidos. E agora o Joãozinho não me quer de volta. Diz que não confia mais em mim. Eu disse pra ele que fiquei confusa e mexida com toda essa situação, mas ele não entende que eu o amo.
Olha só como nem mesmo mulher se entende: uma hora o homem era sensível de mais e agora foi o grande amor da vida dela. Daqui a pouco ela chega em casa e vai colocar no Twitter: “Amar e não ser amada é o pior castigo! Estou carente miguxos”. Mas nesse mundo bom de mais da conta acontecem milagres...
-Doutor, você não imagina... (é claro que eu prefiro nem imaginar...) Eu voltei com o Joãozinho. Ah... ele está um amor comigo. Disse que me perdoou e até melhorou na cama. Incrível... A minha falta fez bem pra ele. Sabe... Ele precisava de um tempo pra amadurecer... Sabe como são os homens né... Ele está tão mudado. Eu faço muito bem à ele.
O que o pobre do João Augusto não sabia era que era melhor ser uma aventura passageira do que o amor da vida desta mulher. Agora ela liga de hora em hora pra saber onde ele está, com quem está, pra contar o que fez na depiladora. Acredite os homens não querem ouvir o quanto doeu cada puxada. E os que gostam de dar satisfação ainda moram com a mãe...
João, que era um cara pacato. Amava Janaína. Via nela a mulher para ter filhos e constituir uma linda família. Ele, o santo João, tentava agradar de todas as formas Janaína.
-Janinha meu amor, como foi seu dia?
-Como assim Janinha? Você nunca me chamou assim antes. Você está me traindo é? Janinha é como você chama a sua mulher e sua amante para não trocar os nomes? Fala o nome dela, fala seu desgraçado! É Janice? Jaqueline? Janiscléia... fala!!!
-Você está doida? De quem você está falando?
-Ah... Agora está bom de mais! Você se faz de desentendido e eu que sou a doida da história. É por isso que minha mãe não gosta de você. Você me humilha, você me odeia... Amor, eu quero engravidar. É por isso que eu estou nervosa. Vamos, vamos fazer amor agora! Eu estou ovulando!
Veja bem... Se ele não a odiava, agora vai odiar. Nosso mundo está cheio de mulheres neuróticas que não têm a mínima noção das coisas ao seu redor. Como você acaba de gritar, rejeitar o seu parceiro, dizer que a sogra (animal que não entra em extinção) não gosta dele e que você concorda. Depois pula pra uma gravidez fora do casamento, chama sexo de fazer amor e diz que está ovulando e acha que isso é excitante? O ego feminino é realmente complicado. As vezes eu me perguntava: por que com tanta mulher querendo dar de graça existem homens que procuram prostitutas feias e gordas? Um dia João Augusto descobriu. Depois de uma briga destas, aonde a mulher o chamou de boiola por que não conseguiu ereção decidiu: Vou procurar uma prostituta. Chegando lá no bordel “saliências à meia-noite” para o sua surpresa a entrada era apenas cinco reais, com direito a uma cerveja choca e um lista de opções de mulheres maravilhosas (maravilhosas com Z): tinha a gordinha tarada por pés, essa tinha friera na boca. Hum... a ruiva dos orgasmos múltiplos, tirando o fato de só ter um olho e três mamilos era até jeitoziha; Morena Muito Prazer, se interessou: ela era bonita, surpreendentemente alta, pernas de Ivete Sangalo... O problema foi quando ela falou. Além do bafo de água sanitária (ele seria o quinto cliente da noite) ela tinha a voz do Galvão Bueno e um absorvente tão gigante que marcava a calça jeans. Depois de analisar muitas opções Joãozinho resolveu optar pela japonesa. Japoneses sempre nos surpreendem né. Esta tinha uma calcinha de neon com um “seja bem vindo” na frente e um “volte sempre” atrás, a calcinha também falava em três idiomas, filmava, era MP3, Mp4, MPB e tinha joguinhos interativos na parte traseira. Para facilitar para os clientes que sabiam ler (os gringos) havia um release na parte de trás da baby-look: Japonesa virgem, recém chegada do interior, com algo enorme. Puta que pariu! Se ela era uma japonesa virgem recém chegada do interior, como ela poderia ter algo enorme? No máximo ela poderia ser uma caipira mineira que de tanto cozinhar no fogão à lenha fez algo dilatar com o calor. Ta bom! Ele logo se animou e subiu pra suíte máster com vista para o subúrbio, banheiro com privada e vidro a prova de balas. Para resumir: quando eles estavam mandando ver, ( ela realmente tinha algo enorme), suas palavras suscitaram algo novo em Joãozinho...
-João... Joãozão... você é tão grande, tão forte, tão viril... ah... ah... isso! Isso!! Não faz assim por que se não eu me apaixono! Você é diferente... ar... meus clientes nunca me deram tanto prazer. (percebam que ela não pediu um filho, não esperou que ele a pedisse pra cantar no seu microfone destróier e não comentou nada de ovulação. Isso é nojento. Mulheres: parem de falar de ovulação)
O que as mulheres precisam entender é o verdadeiro significado do ditado “dama para a sociedade e puta na cama”. As putas são as mais sábias. Essa japonesa magrela com calcinha da feira dos importados não ganhou dinheiro pra tranzar... ela ganhou dinheiro pra melhorar o ego do Joãzão. Enquanto as mulheres normais esperam seus parceiros com bermuda de licra e camisa de propaganda de político com um monte de reclamações de falta de atenção... As putas os elogiam, estimulam a sua virilidade... Por isso os homens têm ciúmes dos analistas. É praticamente um garoto de programa na visão deles... o efeito é o mesmo.
Quando nosso querido protagonista chega em casa...
-Joãozinho... aonde está o pão? Comprou os ingressos para o teatro que te pedi? Por que você chegou atrasado? Senta aí que estou terminando de me arrumar.
-Primeiro lugar seu capeta... (agora ele se revolta) Se quiser pão, tem na padaria; Odeio aquela peça de um monte de borboletas afrescalhadas ao som de música clássica. Tá reclamando que me atrasei por que se você ainda nem terminou de cimentar essa sua cara de ralador? E outra coisa... Não vem com essa de Joãozinho. É “ão”, Jo-ão-zão! Entendeu?
-Eu sabia! Homem é tudo igual! Você é um grosso!                              
Quando é no outro dia quem sofre? O João? A Janaína? Não! Eu, o analista.
-Eu queria um cara sensível, que me amasse, que me entendesse...
Todo homem é um ser sensível por natureza, que precisa ser amado, respeitado, valorizado, entendeu? O galinha de hoje amou uma mulher ontem, e essa mulher fudeu tanto o juízo do cara que ele... Enfim: antes de exigir que os homens as entendam... procurem se entender!

À procura da razão

Cada passo, uma agonia
A espera pelo futuro próximo e inconstante
Mata a paciência, deixa ofegante
Revolta pela velha mania
Tento, procuro e nem ao menos sei do que falo
Calo e reflito sobre os ensejos
Como a seiva que não ultrapassa o talo

Busco auxilio nas placas, nos outdoor’s
Nem mesmo o consumismo me distrai
A procura pelo inominável já alcançou minha alma
Não sei mais o que minha mente atrai
E os segredos?
Agora, pouco importa
Os lugares agora são ocupados pelos medos

Buscar a luz?
Apenas se houver um interruptor
Por que de possibilidades
Não sou admirador
Certeza sim compõe a razão de viver...
As que se mostram a nossos olhos e
Que atingem as entranhas do “crer”