Leia-me antes de passar à diante. =D

--> --> --> Caro leitor, este blog existe desde 2007 e tem muitos textos de diferentes etapas da minha vida. Muitos tem um fundo meio melancólico mas não os quis apagar. Aproveite e dê a sua opinião ao fim. Obrigado pela visita. (o autor) <-- <-- <--


sábado, 18 de abril de 2009

Apenas um trecho:


Por que seus olhos brilhantes fazem com que meu corpo estremeça, minha mente se bagunce e minhas palavras se percam? Seu jeito de dançar entre o bobo e o sexy prende meus olhos, já não consigo olhar para outrem. Sua roupa comportada, em meio à exposição corporal em peso de outras pessoas, desperta minha curiosidade e minha sede. Mas você não está acessível. Queria te amar e cuidar de você, estar lá quando for preciso e fazer você dormir com carícias, mas há outro que já cumpre esse papel. Não sei se espero o término de vocês e faço uma tentativa de conquista planejada, empenhando todo o meu egoísmo, ou se penso na sua felicidade e torço para que dê tudo certo entre vocês e sofro em segredo.
Já faz tempo que te olho e confesso que sinto inveja “dele” pois desfila te exibindo como um troféu. Inveja sim, por que não? Nem é o maior dos meus pecados.
Hoje pela manhã lembrei de você e decidi novamente me conformar com a sua ausência, pois é melhor regar algo que possa crescer e dar frutos do que algo que esteja destinado a morrer. Apesar de no fundo eu saber que você não passa de uma fútil rosa de exposição e eu de uma erva daninha ainda consigo dizer que te amo.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Escrevo

O impossível se torna possível nas paginas letradas do caderno. O que era frustração e proibido se torna facilmente lícito nos contos descritos onde sonho e me interno. Através de pseudônimos me revelo e guardo os meus textos para que alguém os encontre. Mas ninguém viu ou leu. Os segredos guardados, subjetivamente alterados e devidamente manipulados, se seguem como em fila prontos para serem decifrados, mas ninguém os entende ou os percebe. Sou como uma gota d’água que procura chamar atenção no mar.
Escrevo por que gosto, por que assim posso sonhar. Não há motivos para que eu pare ou continue. Minha única motivação é a inspiração que surge à porta, que entra sem bater e que me deixa antes que eu possa segurá-la. Minhas mãos, a pena, o papiro e a tinta se tornam “um” pois temos consciência que somos inúteis sozinhos. E depois de algum tempo eu leio meus textos e assim como um reflexo na água posso, então, me enxergar.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Uma certa Mulher


Ela dança e a todos encanta com seu jeito sedutor.
Seus cabelos balançam e aquele olhar arpoador...
Suscita nos homens muito desejo,
Muito ardor;
E, às vezes, acontece de surgir um sentimento que resulta sempre em dor...
Há àqueles que também nutriam o tão sonhado amor.

Mal sabem esses homens que a dança da mulher
Não é apenas para entretê-los ou diverti-los.
Ela, astuta e perversa, sempre sabe o que quer.
Mas seus olhos e mentes se concentram nos mamilos
Apontados e sadios que não se deixavam, por inteiro, ver.

Seus cabelos castanhos avermelhados, sedosos e ondulados
Balançavam e mexiam com seu corpo belo.
A silhueta bem desenhada e seus glúteos bem firmados
Delírios causavam nos bufões embriagados,
Tolos, pobres de espírito mas que mantêm o seu elo.

Todos os homens da vila conhecem essa moça
Decoram suas características físicas e reconhecem o som da sua voz.
Os olhos fortuitos a secavam com muita fome.
Todos conhecem o seu corpoMas ninguém jamais descobre o seu nome.

sábado, 4 de abril de 2009

Loucura


“...amor é dor que desatina sem doer” isso deve ser por que “o amor é cego” logo “o que os olhos não vêem o coração não sente”. Dizem que “tapa de amor não dói”, o que me faz entender a “mulher de malandro” e talvez o amor seja cego por causa de um soco no olho, vai saber... Dizem que “pau que nasce torto morre torto” mas tem reto que fica torto. Isso depende da intensidade do exercício do alongador. “Temos dois ouvidos e uma boca, para ouvir mais e falar menos”. De certo que “Quem fala o que quer ouve o que não quer” e “Em boca fechada não entra mosquito”, isso por que ninguém leva em conta que o mosquito prefere zumbir ao pé da orelha. Apesar de saber que “os olhos são as janelas da alma” não consigo bolar uma forma de ler a minha. “quem não lê, mal ouve, mau vê e mau fala” talvez por isso que eu seja um “homem de meias palavras”. Se bem que eu ouvi que “para bom entendedor, meia palavra basta”. Todos sabem que animais não falam, mas “quando um burro fala o outro abaixa a orelha”. “Quem não tem cão caça com gato” e quem não gosta de caçar vai simplesmente “trocar gato por lebre”. Mas o que importa é que “toda regra tem uma exceção”, apesar de que se essa é uma regra e pode ter também uma exceção se torna inválida.

Acaso


Acaso s. m. Ocasião imprevista que produz um fato.

Foi por acaso que me conheci.
Ele estava ali defronte o lago das sombras, cabisbaixo e em profunda melancolia. Sentia-se deslocado de um mundo, que acreditava ser, cruel. Aquele “eu” não se conhecia e eu, por conseqüência, não sabia da existência. Ele se isolava num mundo onde somente seus sonhos e medos lhe eram reais. Algo dentro dele o motivava a sofrer e a se lamuriar de tudo ao seu redor, desde suas não-conquistas até ao acidente sexual que ocasionara sua infeliz vida. Aos poucos marcas de talhas se faziam brotar em seus braços. A vontade de viver só não era menor do que a sua coragem. Foi então que o conheci. Havia semelhanças entre nós, contudo éramos seres opostos. Aquela imagem meio distorcida relatada no espelho não podia fazer parte de mim. Então o grande efeito antagonista se destacou: o vilão e o herói, o corvo e o canário, o errado e o correto, a imagem falsa e a imagem verdadeira, o consciente e o subconsciente. Pensei não ser possível habitarmos o mesmo corpo.
Tropecei. Aquele estorvo que estava jogado no chão era o que eu havia me tornado. Confuso sobre o que realmente eu seria me entreguei ao conflito. Toda aquela angústia que eu sentia precisava ter um motivo. Como poderia, afinal, sobreviver àquela dualidade comportamental? Perguntas bombardeavam a minha mente e as respostas aos poucos iam surgindo. Neste momento meus sentidos se apuravam, minha mente trabalhava em velocidade alta e o meu corpo entrava em transe.
Voltei a minha infância. Lembrei-me do tempo em que eu era um comigo. Lembrei-me da espontaneidade que minhas ações expressavam e dos desejos que dia-a-dia brotavam. Como foi que eu me parti ao meio? Pesquisando em minha memória constatei que me deixei levar pelos anseios alheios em relação à forma que eu deveria agir. Criança, confuso e desesperado por aceitação. Comecei a me revelar e percebi que não me adequava ao meio em que vivia. Algo diferente existia dentro de mim. Eu possuía valores, vontades, ações e percepções diferentes dos outros seres humanos que eu conhecia. Isso me assustou. Vetei-me e conduzi-me aos caminhos aparentemente normais. Mesmo assim, em meu interior existia a dúvida sobre a procedência da minha existência. Terráqueo? A vontade de descobrir que em algum lugar do universo existiriam semelhantes era latente. O tempo passava e a razão tomava conta da minha mente. Foi aí que me dividi. Enquanto uma parte de mim tentava incessantemente agradar “os outros” a outra parte se escondia e se retraia no mundo dos sonhos.
Foi por acaso que me conheci. Encontrei o livro da minha vida empoeirado e guardado numa estante velha e o li com afinco. Foi aí que descobri que desperdiçara grande parte do meu tempo pois A MINHA VIDA TODA EU ME VI DIFERENTE E TENTEI, INUTILMENTE, ME IGUALAR, ATÉ A HORA QUE EU PERCEBI QUE O QUE EU MAIS GOSTAVA ERAM JUSTAMENTE AS MINHAS DIFERENÇAS. Hoje eu sou eu.