Leia-me antes de passar à diante. =D

--> --> --> Caro leitor, este blog existe desde 2007 e tem muitos textos de diferentes etapas da minha vida. Muitos tem um fundo meio melancólico mas não os quis apagar. Aproveite e dê a sua opinião ao fim. Obrigado pela visita. (o autor) <-- <-- <--


sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Poeta


Poeta

As vezes chego a pensar quão grande é a incapacidade do ser humano de compreender as coisas. Será que o coração bate verdadeiramente ou é apenas um impulso do cérebro (grande ser maquiavélico) que controla todo o corpo fazendo-o responder somente aos estímulos sugeridos por sua humilde arrogância. A mente pira! O coração é apenas uma simbologia poética, sua essência não mais é do que simples bomba sangüínea! Dar nome ao que é inominável é simplesmente neologismo e não inspiração! A confusão dos sentimentos não é mais do que um quarto mal arrumado, coisa que algumas pessoas permitem que aconteça periodicamente. Sem perceber nos conduzimos por caminhos indesejáveis desejando o que não se pode ter, outras vezes simplesmente seguimos deixando que o que se quer escorra pelo ralo. Ver o amor ser decapitado pelo outro, aquele do outro lado do espelho, e não fazer nada! O consciente numa eterna batalha com o inconsciente em busca de uma sanidade inexistente! É... As voltas que a mente dá podem ser manifestações do controle que deixamos que o reflexo impuro de nós mesmos exerça sabre o nosso peito! Então tentamos, inutilmente, ser poetas. Aquilo que era dor se transforma em rimas ricas e pobres deixando que o erudito se perca em meio à uma espécie de parnasianismo moderno que no fundo acaba sendo um expressionismo frustrado; isso acontece quando o objetivo se perde no lago negro que é o egocentrismo. O que era expressão da alma vira mero texto que objetiva agradar aleatoriamente. Aquele que sente, finge não sentir. Escreve o sentimento disfarçado de sentido figurado, e nas figurinhas do álbum da vida resplandece-se a amargura de não ser o que se é.

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Dizem que sou louco...


Muitos dizem que sou loco, somente por não possuírem a capacidade de compreender-me. Sim – digo a todos – sou um louco. Sou mais. Sou um louco desvairado a procura do pecado mortal. Grita então uma criança insanamente, intrigantemente e alguma coisa que enfatize o que digo e termine com “ente” – qual seria esse pecado mortal doutor? - Disse, eu, então fitando a criança – peques, porém longe de mim. Não chames um mero pensador de banco de praça de doutor! Blasfêmia! Quem me dera ser doutor de algo, ou mesmo doutor de mim. Refleti um pouco e disse em bom tom – O pecado mortal não é matar, não é roubar, não é deleitar-se com a mulher do próximo. O pecado mortal é aquele que fere a normalidade da sociedade. Seja como ela, mate como ela, sofra como ela e jamais será repelido pela mesma. Seja diferente, faça o bem incondicional, estude por gosto, ajude por afeto e cuide por amor e serás louco. Logo, também será repelido pela sociedade em que sobrevive! As pessoas que me rodeavam franziam o semblante e anunciavam minha condenação. Como não haveria mais nada o que perder, resolvi declarar-me culpado dos meus acertos. – senhoras e senhores, eu declaro a todos vocês que sou culpado – faz se ouvir murmúrios de ais e uis – assumo que corri pelado na rua ferindo a moral, a tão bela, castra e impoluta moral que os sustenta; assumo também que abri as portas da padaria, cujos meus trabalhos eram depositados, para que os pobres suburbanos de nossa grande cidade pudessem comer sem pagar. nada ao dono da mesma. Sou sim envolvido com magia. A magia que corre em minhas veias é branca como o resplandecer de uma criança recém nascida e o falecer de uma criatura vivida. Aquele que nunca teve pecado que atire a primeira pedra – quem sou eu para dizer isso? Não sou Deus e menos ainda uma prostituta. O pior de tudo é que minha condenação não se dará por apedrejadas e sim pela palha, em volta do meu corpo, que logos se cobrirá de chamas – podem queimar-me com o fogo dos homens, pois sei que minha alma descansará em paz. Meu corpo é apenas instrumento do meu espírito para se manifestar. E mesmo que matem meu corpo meu espírito pairará por essa crosta terrestre fazendo o mesmo mau que até agora fiz.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Pacto de Almas

Pacto de almas

Lamba-me o pescoço quente

Ardente, ofegante, amante

O escuro embala nosso corpo

E nossa mente

Quanto mais posso te amar?

Seu suor se mistura ao meu

Meu legado, o que corre em minhas veias

É inteiramente seu

Fazer amor, ter amor, ser amor

O destemido está em sua frente

Dançando com seu jeito atraente

Ferve nosso desejo

A consumação... Peço-lhe um beijo antes

Durante beija-me docemente

Depois sentimos um a respiração do outro

Cansados beijamos-nos

Colar de peles, ranger de dentes

Todo ouro se tornou pequeno

Surgiu, então, seu sussurro

Serás, pra mim, sempre a pérola mais bela

Sente-se em meu colo

No chão de cerâmica ou na cama do outro

Na cadeira macia ou no duro banco

Serás sempre deslumbro aos meus olhos

Boca na boca, o instrumento, o canto

Anjo de pedra, preto no branco

Sinto-te mais, no entanto...

Sonho em não acabar com o sonho

Que é nossa real ocupação

Sonha comigo, sonho contigo

Acordados, armados, dormindo ou emergindo

Nem sempre posso ver-te

Sempre sentir seu jeito paciente,

Mas quente

Colar de peles, ranger de dentes

Colar de pérolas, a voz amada

Plantando, impetuosamente, a semente

Eu sinto, você também sente

Acalme-se, se sente

Não há o que temer

A hora coopera

A vida espera

A sensação perdura

Com beijos segura

Minha alma, que sem nascer

Já sonhava ser tua!

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

homenagem.


Passado, sonho futuro!

Será sonho o que vivi?

As palavras se completando

O tremor no coração

O beijo da condução

A aliança entregue sem demora

A distancia dos minutos

Que eram mais que longas horas

Vens em minha direção

Sonhas, dormes, danças

E com a dança me entrelaça e laça

Meu corpo naquela cama

E a chama do fogo

Que queima por dentro

Acabara de nascer

Já mais forte que o vento

Te amei antes de te conhecer

De te ver

De te sentir

De te ter em meus braços

Traços

Magros

Será tudo um sonho que passou?

A saudade de você

Abaixo do meu cobertor

O seu suspiro

... amor

Cantamos juntos

E juntos encantamos-nos

A lua vem para lembrar-me dos seus anseios

E beijos, na noite, molhados

O quarto, a meia noite

A bebida, e a alegria

Que no momento sentia

A nacionalidade que desconhecia

Minha boca enfim te mordia

Sabe... uma história conto agora

Coisa que outrora

Desembalava a aurora do sonho seguinte

Faz-me esquecer do agora

Sonho com você

O sonho que já sonhamos juntos

O gosto do amor que ainda paira em meu ser

Vejo, distante, o desaparecer

Da lembrança que o mantém

O querer, somente o querer

Deixo-te então partir

Para o mundo conflitar com sua beleza entusiasmante

Seu coração, de diamante

Que jamais quis partir

És uma representação

Do bom homem que existe em mim

Do amor que já cultivei

Do pranto, pois falhei

Do tanto que cresci

Do amor que procurei!!!

Animal noturno


Animal noturno

Andei pelas ruas desérticas e suburbanas

Vi o lado ruim dos homens

Conheci defeitos enormes

Observei mulheres puritanas

Saber o caminho muitas vezes é difícil,

Julguei impossível na vastidão daquela noite

Onde meu sangue jorrava pela jugular

E meu consciente cada vez menos forte

É difícil conter a transformação

Minhas veias queimam

Meus olhos acendem como chamas azuis

A garganta já dá os sinais da sede

Meus poros se fecham

Meu corpo, sangue, pede

Eis a fraqueza do homem

A carne é fraca, como dizem

O desejo já tomou o ímpeto da decência

E a fragrância da essência

Correndo nas veias daquela criança

Fez-me abortar a carência

Jogado à irrelevância

Ser um Ser que nem ao menos sabe:

Qual Ser é, ou

O que é ser

Sim, sou o vampiro ocidental

Que no mundo atual

Perdeu o charme e tornou-se

Totalmente igual

A um animal devastador

Dor

Sentir dor com um possível ardor

De perder a imortalidade

Ter a possibilidade

De alcançar o redentor

E quem seria?

Eu mesmo, o teria?

E se o visse, o que faria?

Sim, sou o vampiro ocidental

Que no mundo atual

Perdeu o amor que um dia o envolveu

Cresceu com o regresso

Do que numa noite aconteceu!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Idiota - parte II


Idiota parte II

[leia antes a primeira parte --- logo abaixo]

Tenho medo

Meu consolo não tem tempo

Tenho sede, excitação, amor.

Mas não posso tocar

Nem pensar

Nem lembrar

Pois conflituoso fico

Tenho que me contentar

Com apenas um olhar

Se amizade, de fraternidade.

Sou aquele sonhador

Que planeja a própria morte

Que tem sorte

Mas precisa conseguir...

O valor está aí

Tento escrever sobre sonhos

Sempre o mesmo papo

Tento falar de mim

Mas só falo o primordial

Do amor que não tenho

Do calor que sinto

Do olhar penetrante que tenho

Do sorriso que minto

Estou ouvindo música dançante

Melodia contente

Pensando no que escrever

Em como obter uma rima aparente

Com o inalcançável

Como passível e aberto

Com... o assunto secreto

Meu assunto agora deve descansar

Dormir ou pensar

Eu estou escrevendo o que eu sou

E percebendo que sem amor não sou nada!

Detesto poesias

Deve ser por isso que não sei criar

Nem estrofes nem linhas

Que expressem o meu EU

Que jamais se revelará

Poesias são modelos

Sem essência, com aparência

São belas e vazias

E, somente, servem

Para afazias

Retornarem aos “bons dias”

Percebes como não sei escrever?

Como, nem ao menos, sei pensar

Não sei sofrer

Não sei dançar

E é por isso que sou um idiota

Por nem saber me expressar!!!


Idiota

É... Esse sou eu

Sou um idiota que busca a perfeição

Um santo que busca a redenção

Sou simplesmente um vampiro

Que suga o sangue de quem ama

Que busca prazer e cama

Talvez eu seja egocêntrico

Por me olhar no espelho e sorrir

Por, ao ver meus olhos, sonhar

Por observar-me ao andar

Por levantar o nariz e saber

Que levianos não sabem o que dizem

Quem sabe, sou inteligente

Sensual e atraente

Quem sabe não mudo de pensamentos

Sou constante e amante

De uma pessoa só

Sou sempre correto

Até nas incoerências

Escrevo com rimas que,

Em mim, são imas

Sou incorreto

Não sei ser fiel

Não me seguro numa ideologia

Deixo pessoas ao léu

Não escrevo com continuidade

não tenho idade

Falo de mim como quem se ama

Porém me odeio

Mas não passo a imagem de patinho feio

Passo imagem de arrogante

Sou, dos mortos, o instante

Das horas, o minuto

Dos protestantes, o culto

E, nada, um vulto

A passar...

A vaguear...

A sussurrar...

A amar...

A odiar...

A sofrer...

A escrever...

Não sei escrever

Sou um analfabeto...

De palavras e idéias

Porém, secreto,

Está meus sentimentos

Meu real afeto

Do qual não faço nada sem demonstrar

Os monstros já perceberam

Os homens já beberam

Eu já vivi

Eu já morri

MIDI (a) LMA


MIDI (A) LMA

Inútil...

O mundo é totalmente inútil!

Quanto às margens...

As nuvens...

As folhagens...

Totalmente fútil.

Nas batidas de asas...

Na beleza das aves...

Várias farsas.

Propagandas de perfume?

De sandálias?

De estrume?

Bruxas que parecem fadas!

Crianças lindas...

Porém armadas.

Toda a majestade dos comerciais

Suscita, nos olhos de outrem

A soberba, que vai além

Que, até, mata dizendo amém.

A falsa verdade que nos rodeia

Que nos ama e nos odeia

E que, principalmente, nos ilude

Que nos leva, espontâneos, para a cadeia

Guerra? Brigas?

Tapas? Tiros? Tragadas?

Como podemos nos preocupar com os outros

Se morremos de fome (falando ao celular)?

Não temos escolas (e sim roupas de marca).

Não temos dignidade (a substituímos pela televisão)

Tele-visão

Tele-manipulação

Tele-pizza

Tele-fusão

Tele-amor

Tele-conforto

Tele-“espontaneidade”

Tenha uma bela poupança, meu filho,

Eu uma criança carente

Ouça o sussurro das musicas gringas

A difusão de um sangue

A manipulação de vidas

Diga sim à Gangue

Fumar é chique

Amar é arcaico, sentimento desprezado

Não tenha tiques, não será elitizado

Tenha como comer caviar

Arrote escargô

E evite assoviar

Chame: Garçom, por favor!

Seja done de ação

Dos monarcas, seja o lobo

Não tenha objeção

Assuma o(a) Globo!