Nas sombras nos enroscamos
Nos detemos e nos prostramos
O vento gelado e leve
O clima que amamos
O odor das plantas noturnas
Nossas almas em obscuras urnas
E as plumas, as brumas
Das alegorias, somente a percepção de algumas
Seu desejo, sua pulsão, o palpitar do coração
Seu amante, seu irmão, seu reflexo e seu facão
Na luta dos corpos ocultos nas sombras
Nossos sonhos se misturam e o mistério está no ar
O que quero que descubras
Escondido em meu olhar
E nas curvas a volúpia
À luz do luar
Encobertos pelas sombras
Simplesmente o deslizar
Arrepios e suspiros
A coruja grita e a os corvos cantam
A melodia da noite e dos estalos noturnos que se espalham como vírus
Tudo junto com nossos sorrisos, antes inocentes, hoje maliciosos
Como as escrituras de tabernas tatuadas em papiros
Nossos segredos que a integridade ameaçam
Nossas letras que compõe uma só canção
Nossa reparação e satisfação.