À primeira vista não é bela.
Recentemente amarela,
A folha seca numa fase de transição
Entre o verde e o escuro marrom.
Aquela folha que nascera
Tão pequena e tão bela,
Que encantou por ser frágil, e agora mais frágil
ainda,
Está velha.
Suas rugas já formadas
Da lembrança da água coletada
Transmitem-me a satisfação de uma etapa completada.
Talvez, quando verde, parecesse mais ousada,
Mais bonita e cobiçada
Pelos coloridos insetos vindos da enseada.
Hoje, já quase esquecida, com sua meta cumprida,
No chão, largada.
Pode haver quem pense que não mais serve a folha
seca
Por ser velha e limitada.
Mas agora, sua missão mudou.
Em outro ponto está focada.
Hoje é adubo para outras que,
Antes mesmo de nascerem, já são muito desejadas.